Na sua essência, a incontinência urinária manifesta-se por perdas involuntárias de urina, de formas distintas (mais ou menos acentuadas) e que podem diferir nas causas que lhe dão origem.
A incontinência urinária ainda é um tema tabu, que gera vergonha e, por estas razões, dificuldade em tratar atempadamente. É um problema tanto feminino, quanto masculino, muito embora tenha mais destaque e normalização no mundo feminino, uma vez que é mais comum entre as mulheres - estima-se que afete cerca de 20% da população portuguesa acima dos 40 anos.
Nos homens, as causas mais frequentes de incontinência urinária relacionam se com bexiga hiperativa e após cirurgia à próstata.
No caso das mulheres, as causas mais comuns geralmente estão relacionadas com hiperatividade da bexiga e/ou com fraqueza da musculatura pélvica. É relativamente comum observar-se incontinência de esforço em mulheres que tenham sido submetidas a cirurgia pélvica, tenham antecedentes de múltiplos partos, excesso de peso ou prolapsos genitais.
A incontinência urinária de esforço na gravidez está geralmente associada ao aumento de peso que o feto exerce sobre a bexiga, comprimindo-a e levando às perdas involuntárias. Após o parto, este tipo de incontinência poder-se-á manter transitória ou crónica.
Existem pelo menos 5 tipos definidos de incontinência urinária:
1. Incontinência de urgência (vontade urgente/imperiosa de urinar, incontrolável)
2. Incontinência de esforço (surge em situações de aumentos súbitos na pressão intra-abdominal - ex. Atividade física, espirro, tosse, levantar pesos, etc.)
3. Incontinência por extravasamento (perdas involuntárias de urina que ocorrem por sobre repleção/volume de urina acumulada na bexiga)
4. Incontinência funcional (perdas involuntárias devidas à incapacidade/demência do doente)
5. Incontinência noturna ou enurese (perdas involuntárias que ocorrem durante o sono)
A maior parte das causas da incontinência urinária tem cura ou tratamento, que podem diminuir eficazmente a frequência e a quantidade de perdas involuntárias.
Para além de prescrições terapêuticas (passadas pelo médico urologista), existem algumas técnicas para fortalecer e controlar a incontinência urinária, nomeadamente:
# cuidados com a alimentação: evitar alimentos e substâncias que irritem a bexiga e aumentem as queixas de urgência (café, álcool, tabaco, chocolates, citrinos, etc);
# Fazer exercícios como: técnicas de distração (contrair rapidamente e várias vezes a musculatura pélvica; respirar profundamente e relaxar a musculatura pélvica), treino vesical para readquirir o controlo sobre o reflexo da micção (https://www.chma.pt/portal/images/docs/guias/INF.OBGI.023.v1.pdf); exercícios de Kegel (https://www.tuasaude.com/exercicios-de-kegel/).
As complicações mais frequentes da incontinência urinária são sobretudo de índole psicológica, ligadas à diminuição da auto-estima, isolamento social e laboral. Poderá haver necessidade de cirurgia, que dependerá da quantidade de perdas, do tipo de incontinência urinária e do sexo do utente.
Nota importante: Consulte o seu urologista para melhor esclarecimento e orientação terapêutica.
A necessidade de utilização de fraldas, nomeadamente em situações de incontinência severa também pode predispor ao aparecimento de infeções da região genital, normalmente infeções fúngicas.
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MargaridaL. para a Flow
Fontes:
https://www.chma.pt/portal/images/docs/guias/INF.OBGI.023.v1.pdf
https://www.institutodaprostata.com/pt/blog/que-tipos-de-incontinencia-urinaria-existem
https://www.saudebemestar.pt/pt/clinica/urologia/incontinencia-urinaria/
https://www.tuasaude.com/exercicios-de-kegel/
