Se hoje entendemos a menstruação no seu todo e enquadrado na naturalidade de ser mulher, muito se deve à luta pelas liberdades e revoluções femininas ao longo dos tempos.
Em Portugal, a grande reviravolta dá-se com o 25 de abril de 1974. Até então, as mulheres eram vistas apenas e só como sombra dos homens, estes sim detentores de todos os poderes: “Na família, o chefe é o pai; na escola, o chefe é o mestre; na igreja, o chefe é o padre; na Nação, o chefe é o governo’’. Ao nível da saúde sexual e reprodutiva, a mulher não tinha o direito de tomar contracetivos contra a vontade do marido, pois este podia invocar o facto para fundamentar o pedido de divórcio ou separação judicial, o aborto era punido em qualquer circunstância, com pena de prisão de 2 a 8 anos (entre tantas outras condições e impedimentos).
Previamente ao 25 de abril, em 1967, nasce a Associação para o Planeamento Familiar (APF), fundamental para as condições e saúde da vida reprodutiva, através da criação de serviços de saúde e afirmação do direito à informação e educação nestas matérias. Esta associação foi fundada por casais, médicos, opositores do regime e católicos progressistas. No entanto, o contexto político existente limitava fortemente a atividade pública da APF e as reações à sua atividade por parte do regime político foram inevitáveis.
Em 1968, funda-se o Movimento Democrático de Mulheres, que congrega mulheres lutadoras pela paz, pela liberdade, pelo pão e acima de tudo, pela dignificação das mulheres.
Mas é com a Revolução dos Cravos, que todos estes movimentos e associações vêm para ficar e é quando se abre o caminho para o começo de uma visão humanizada e integrativa das mulheres na sociedade e na família.
Tanto a agradecer a quem lutou por conquistar aquilo que hoje vivemos!
A Educação Sexual e a consciência coletiva do papel das mulheres e das suas condições femininas, no que concerne ao ciclo menstrual, começaram nesta altura a deixar de ser tão vergonhosas e de as condicionar na vida social. Começa devagarinho a chegar mais entendimento, maior respeito, mais consciência da importância das mulheres em todos os seus papeis, da complexidade de tudo o que foi e do tanto a transformar.
Se viajarmos no tempo, para além da vergonha que se escondia atrás das portas, fechada a sete chaves, a mulher menstruada passou por vários métodos de recolha menstrual ao longo dos tempos. Perto da altura do 25 de abril de 1974, a indústria passou a investir na ideia de que os produtos descartáveis representavam a liberdade para a mulher contemporânea. Até certo ponto entende-se, dado que o método anterior expunha a vergonha: eram utilizadas toalhas de algodão como absorventes externos e as mulheres lavam-nas às escondidas e deixavam a secar discretamente ao Sol; quem visse, sabia que naquela casa a mulher estava a menstruar, por vezes era um alívio pois
seria sinal que não estava grávida. Tudo era embaraçoso. Os produtos descartáveis trouxeram um grande alívio às nossas mulheres ancestrais.
Da evolução à poluição massiva foi um instante e hoje, aquilo que outrora representou um alívio, pesa em consciência pelo que os descartáveis fazem de mal ao mundo.
Atualmente temos tantas soluções alternativas, que se torna bem mais fácil optar por produtos de recolha menstrual reutilizáveis e sustentáveis.
25 de abril sempre!
Ontem, hoje e no futuro, se assumirmos que a liberdade só tem consistência com responsabilidade!
És livre de escolher, claro! Mas não deixes de refletir que nós mulheres, somos
responsáveis por todo o lixo dos produtos descartáveis de recolha menstrual.
Foi a pensar nisto que a Flow nasceu, nesta nova era que nos permite ter mais
consciência e mais atitude perante a mudança alternativa sustentável.
Espreita aqui os produtos de recolha menstrual reutilizáveis e sustentáveis:
https://ohyourflow.com
E fica a conhecer esta marca, super responsável e muito conectada à liberdade feminina!
A Flow é uma marca de produtos de higiene íntima, uma marca educativa e queremos ajudar a transformar o modo como atuamos no mundo!
Vens connosco?
MargaridaL.
Fontes:
http://www.apf.pt/quem-somos/historia
https://www.pcp.pt/actpol/temas/25abril/30anos/dossier-abril-mulher.htm
https://www.mdm.org.pt/revolucao-de-abril/
https://www.ffms.pt/pt-pt/atualmentes/mulheres-uma-revolucao-dentro-de-casa-um-artigo-da-jornalista-ana-cristina-pereira