O Dia da Mulher foi aprovado no congresso internacional das mulheres na Internacional Socialista em 1910 e foi celebrado pela primeira vez em 1911, por iniciativa de Clara Zetkin - incansável militante em defesa dos direitos das mulheres. Neste congresso estavam presentes cerca de 100 mulheres, de 17 países, que concordaram unanimemente com a sugestão de Clara, de existir um dia associado ao movimento de celebração e luta feminino por melhores condições de vida, de trabalho e de direito ao voto.
Nos primeiros anos foi celebrado em dias diferentes, mas sempre em Março, dependendo dos diferentes contextos ou países. Após a greve das operárias russas, a 8 de Março de 1917, que marcou o início da Revolução Russa, passou a ser celebrado a 8 de Março. A Organização das Nações Unidas instituiu oficialmente esta data como Dia Internacional da Mulher, em 1975.
Este dia pretende celebrar os direitos que as mulheres conquistaram até ao dia de hoje, relembrando o caminho para a igualdade e o que falta fazer. Causas como o direito ao voto, a igualdade salarial, uma maior representação em cargos de liderança, proteção em situações de violência física e/ou psicológica ou o acesso à educação, infelizmente ainda precisam ser exigidas e reclamadas, uma vez que continuam por cumprir um pouco por todo o mundo.
Este ano o tema do Dia Internacional das Mulheres é: ‘’Por um mundo digital inclusivo: inovação e tecnologia para a igualdade de género’’ (site oficial aqui).
Aproveitando este nosso Dia, hoje vamos falar acerca da mulher e da menstruação, uma condição inata por nascermos mulheres. Neste assunto não há luta pela igualdade de género, mas sim uma necessidade emergente de exigirmos atenção, para a validação de tantas problemáticas que existem em torno deste lado único e exclusivamente feminino.
Ainda assistimos a muita insensibilidade, falta de informação, censura, falta de suporte para quem sofre de questões de saúde ligadas à menstruação, falta de acesso a produtos de recolha menstrual (idealmente sustentáveis)…
A propósito disso mesmo, ontem vi uma publicação numa conta de Instagram que sigo, de uma mulher incrível, ativista e inspiradora: Rupi Kaur - se não seguem, aconselho! Nesta publicação, Rupi fala- nos que há 7 anos, quando ainda estudava na universidade, tirou uma fotografia onde mostra uma mancha de sangue menstrual nas calças, com o objetivo de a colocar num projeto no qual estava a abordar estigmas em torno da menstruação. Ainda em 2015, resolveu publicar no seu Instagram essa mesma fotografia. Foi cesurada e fortemente criticada, maioritariamente por homens. Recebeu ameaças de morte e de violação. Um comentário como este ‘’Isto é nojento. Você é nojenta. Graças a Deus vamos conseguir fazer bebés em laboratórios em breve e não vamos precisar mais de mulheres” foi escrito. Rupi refere que mesmo depois de tantos anos, é fundamental que se fale abertamente acerca de menstruação, que se normalize o tema, seja instruído e que todas as informações em torno da mesma sejam acessíveis, pois a desinformação pode levar a ‘’equívocos perigosos’’ e a muita descriminação, como salienta. E é tão verdade.
Informação, acesso a produtos de recolha menstrual e acompanhamento na saúde são bases fundamentais para a vida da mulher, a começar antes de aparecer a primeira menstruação!
Em Portugal, felizmente, começamos a assistir a algum desenvolvimento acerca deste tema tão importante. Num artigo da CNN podemos ler ‘'A Câmara Municipal de Lisboa, por exemplo, já aprovou uma recomendação do PS para distribuição gratuita de produtos de higiene feminina reutilizáveis nas escolas públicas do concelho, como forma de combate à pobreza menstrual e promoção de hábitos de consumo ambientalmente mais sustentáveis’’. Um passo que poderá ser transformador, na forma como vamos caminhar para o futuro!
Somos mulheres! Menstruamos. Somos vida e geramos vida, se assim nos for permitido organicamente, entendermos ou quisermos. Somos força. Somos luta. Somos vitória. Somos, Mulheres!
Um dia muito feliz, o de hoje e todos os que se seguem. Conscientes da importância da menstruação na nossa vida e da sustentabilidade dos produtos de recolha menstrual, na Flow temos várias soluções que suportam esta causa:
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A Flow é uma marca de produtos de higiene íntima, uma marca educativa e queremos ajudar a transformar o modo como atuamos no mundo!
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Margarida L. para a Flow
Fontes:
https://www.instagram.com/rupikaur_/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_Internacional_das_Mulheres
https://cnnportugal.iol.pt/copos-menstruais/pobreza-menstrual/e-redondo-estranho-e-%20flexivel-o-que-e-a-alternativa-mais-economica-para-a-menstruacao/%2020230305/63ff86890cf2c84d7fca5f44
https://www.pcp.pt/clara-zetkin-pequena-biografia
https://eurocid.mne.gov.pt/eventos/dia-internacional-da-mulher
https://plataformamulheres.org.pt/artigos/temas/dia-internacional-das-mulheres
Imagem retirada de: https://eurocid.mne.gov.pt/eventos/dia-internacional-da-mulher